Instituto Humanitas360 e a crise venezuelana: uma década de compromisso pela democracia

Instituto Humanitas360 e a crise venezuelana: uma década de compromisso pela democracia

O Instituto Humanitas360 tem um histórico de compromisso contínuo com a democracia e os direitos humanos na Venezuela. Já em 2010, antes de fundar o H360, Patrícia Villela Marino organizou uma conferência pioneira no Brasil sobre a situação venezuelana, evento que contou com a participação de nomes importantes da oposição ao chavismo, incluindo Manuela Bolívar, Yon Goicoechea, Maria Corina, Sara George, Ricardo Haussman e Moises Naim. Desde 2015, com o instituto já em funcionamento, esse compromisso prossegue, fazendo do Humanitas360 uma voz ativa na promoção da cidadania e na melhoria da qualidade de vida do povo venezuelano.

Na sua matriz de programas e projetos, o H360 tem no Programa de Informação e Pesquisa um trabalho sólido de investigação, como evidenciado pelo Índice de Engajamento Cidadão, desenvolvido em parceria com o departamento de inteligência da The Economist. Este índice, que foi lançado em 2018 e comparou o estágio da democracia e da participação popular em vários países das Américas, já classificava a Venezuela como um regime autoritário, destacando o uso excessivo da força contra manifestantes, prisões arbitrárias e a situação precária dos jornalistas no país.

Em 2015, o instituto realizou uma parceria com a Rede Bandeirantes de Televisão para mostrar, em detalhe, a situação no país latino-americano. Ao acompanhar a atmosfera política na Venezuela durante os últimos anos, o jornalista Isaac Lee realizou uma investigação secreta e de alto risco sobre “A Tumba”, nome dado à sede do Serviço Bolivariano de Inteligência, revelando os desafios que enfrentam ali as instituições democráticas e os direitos cívicos. O H360 levou o material à direção da emissora brasileira, que produziu uma série de reportagens especiais chamada “Venezuela no Fundo do Poço” (veja uma das reportagens aqui).

Patrícia Villela Marino foi uma das entrevistadas no especial da Band e levou este conteúdo ao Fórum Econômico Mundial em Davos, em 2016. Naquele mesmo ano, o instituto apoiou uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, trazendo a ativista Lilian Tintori e representantes da Human Rights Watch para discutir a crise da Venezuela. (Aproveite e veja, neste link, a entrevista que Tintori concedeu ao H360 na ocasião.)

Em 2017, o instituto organizou o seminário “A Luta pela Democracia na Venezuela e o que o Brasil Pode Fazer” na Fundação Fernando Henrique Cardoso, reunindo líderes e especialistas para debater soluções no país. Entre eles estava David Smolansky, eleito prefeito de El Hatillo em 2013 e destituído do cargo pelo regime de Nicolás Maduro em 2017. Smolansky é hoje um exilado político e recebe o apoio do H360 como líder da nova geração pela democracia.

Em 2020, o Humanitas360 realizou uma entrevista exclusiva com a deputada oposicionista Manuela Bolívar, oferecendo uma visão atualizada da situação no país. Bolívar descreveu a Venezuela como enfrentando um “regime totalitário, uma ditadura que atua sob uma lógica de crime organizado”. Ela destacou que, apesar das adversidades, as organizações da sociedade civil venezuelana têm ampliado seu trabalho e presença.

A entrevista também revelou detalhes alarmantes sobre a emergência humanitária complexa que a Venezuela enfrenta, com uma crise migratória comparável à da Síria em escala. Bolívar denunciou a perseguição a organizações não-governamentais pelo governo, citando casos específicos de roubo de suprimentos médicos destinados à ajuda humanitária. (Você pode ler a entrevista completa aqui.)

Enquanto a situação na Venezuela permanece crítica e se agrava, após as eleições de 28 de julho, o Humanitas360 continua a acompanhar de perto a situação e a buscar soluções pacíficas e democráticas para a crise que assola o país. “Nesse momento, gostaria de juntar-me às vozes da comunidade internacional que clamam pela publicação de todas as atas eleitorais, pelo respeito às diferenças políticas e aos ditames da vida democrática, onde aventuras autoritárias não podem nunca ter lugar”, escreve a presidente do H360, Patrícia Villela Marino, em nota publicada esta semana (leia na íntegra).