Alcione será madrinha da cooperativa de pessoas presas criada pelo Humanitas360 no Maranhão

Alcione será madrinha da cooperativa de pessoas presas criada pelo Humanitas360 no Maranhão

A cantora Alcione aceitou o convite feito pela presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Villela Marino, para ser madrinha da nova cooperativa para detentas que o H360 está implantando no Maranhão, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça e o governo do estado. A sambista ficou feliz: “Eu vou lá em Pedrinhas, acredito muito nessa ideia. Muito!”.

Mulher, nordestina, negra e com ascendência indígena, Alcione costuma defender muitas causas do seu povo. Muito ativa no samba e na sua escola de coração, a Mangueira, ela lembrou durante a conversa do estigma de pessoas negras: é o caso, por exemplo, de muitas de suas companheiras de agremiação. A causa a aproxima da população carcerária, que no Brasil é, em sua maioria, negra. Depois dos compromissos de carnaval com a escola, a cantora prometeu visitar e conhecer as cooperadas maranhenses. 

Alcione nasceu em São Luís e tem outros oito irmãos. Seu pai era músico da banda da polícia, e foi com ele que ela começou a tocar clarinete. Chegou ao Rio de Janeiro em 1972, onde começou a cantar na boate Little Club e ficou conhecida no circuito do Beco das Garrafas. Daí, conquistou espaço em programas de calouros como o de Flávio Cavalcanti, gravou o primeiro disco em 1975 e nunca mais parou: tem diversos discos de ouro e sua voz é celebrada em todo o país, que a conhece como a “Marrom”. 

Além de explicar o projeto Empreendedorismo Atrás e Além das Grades, Patrícia também mostrou a Alcione detalhes de produtos com a marca Tereza, que irá, depois, comercializar os produtos criados pelas detentas no Maranhão. Ao conhecer o trabalho de bordado realizado pela Cooperativa Lili, apoiada pelo Humanitas360 no Presídio Feminino II de Tremembé, Alcione lembrou que o fuxico é uma especialidade do Maranhão – sua irmã, por exemplo, faz colchas usando essa técnica. E a própria sambista também sabe bordar em diversos tipos de ponto: “Eu aprendi na escola todos os tipos de costura, sei fazer ponto de cadeia, ponto cheio, vários outros”. 

Durante a conversa, Patrícia e Alcione também falaram da importância do trabalho por resgatar não só as detentas, mas todo o círculo social delas. “Recuperar 40 mulheres é, também, recuperar 40 famílias”, lembrou a presidente do H360. “Eu agradeço por terem lembrado de mim – vamos construir identidade e dar norte para essas meninas de Pedrinhas!”, animou-se a cantora.

https://youtu.be/E6ZikhIxVco