Estreia do espetáculo “Marrom: O musical” – Produção dos figurinos com apoio das cooperadas do Maranhão 

Estreia do espetáculo “Marrom: O musical” – Produção dos figurinos com apoio das cooperadas do Maranhão 

No mês de julho, o idealizador do espetáculo “Marrom: O musical”, Jô Santana, e a equipe de figurinistas composta por Lígia Rocha, Jemima Tuany e Marco Pacheco ministraram uma oficina criativa para as mulheres presas no complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, que participam da cooperativa social criada ali pelo Instituto Humanitas360. As cooperadas vão produzir bordados e detalhes do figurino do espetáculo que homenageia, através do Bumba Meu Boi, personagem principal de festas folclóricas que ocorrem no Norte e Nordeste do Brasil, a vida e os 50 anos de carreira de Alcione – que é madrinha da cooperativa.

O espetáculo “Marrom: O musical”, escrito e dirigido por Miguel Falabella, estreia dia 25 de agosto no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, e já está com a pré-venda de ingressos disponível no site do Sympla. Durante a visita, Jô Santana e equipe deram início à etapa principal da oficina, durante a qual as 15 mulheres produziram peças fundamentais para os figurinos, com costuras e bordados.

“Quando Miguel teve a ideia de fazer uma homenagem à Alcione, ele entendeu que precisava tornar isso em uma coisa muito rica, atrativa, para que as pessoas se encantem com a história, e nada melhor do que ter o boi como pano de fundo”, disse a figurinista Lígia Rocha. O espetáculo conta inicialmente a história do Bumba meu boi, se entrelaçando com a trajetória de Alcione materializando-se no figurino dos atores, a ideia de produzir um boi levada ao pé da letra, literal, sempre esteve fora de cogitação. Por isso, era importante que as peças fossem produzidas por moradores do estado. Foi quando a cooperativa social entrou em cena.

“Não era pra gente fazer o boi, quem tem que fazer é o povo do Maranhão. Está na tradição deles, eles sabem fazer lindamente. Então a sugestão partiu dele [Miguel Falabella] da gente decupar o boi e colocá-lo em cada canto do bordado. Quando a gente juntar tudo, pode virar um boi, com todas essas informações que a gente colheu no Maranhão”, afirmou a figurinista. Segundo Ligia Rocha, desde o começo, Jô Santana dizia que parte do trabalho de figurino seria feito pela cooperativa social do Maranhão. 

“Quando a gente chegou no presídio, percebi que essa cooperativa é um oásis dentro do presídio . É uma confecção bem montada como eu vi poucas, uma estrutura incrível, bonita, ensolarada, a gente passava o dia bordando e mulher borda em qualquer lugar”, revelou a figurinista. Ligia Rocha afirma que houve um grande engajamento por parte das cooperadas, que ficaram encantadas de poder bordar o boi com materiais próprios para isso. “A gente viveu ali uma coisa entre mulheres, não importava quem eu era, quem era Jemima, não importava nada. Era um grupo de mulheres bordando e querendo fazer tudo lindo. Foi encantador, eu vim muito realizada, acho que é um projeto e um trabalho que eu nunca vou esquecer” concluiu. 

Mesmo com a volta do time de figurinistas para São Paulo, a produção na cooperativa do Maranhão segue sendo realizada, cada vez mais próxima da grande estreia do musical.

“Começamos uma oficina do afeto bordando essas referências para o espetáculo, então elas [internas] estão em uma felicidade tão grande. Como diz a Lígia, estamos lidando com afeto e isso vai estar nas cenas, foi incrível, emocionante estar esses quatro dias lá. Foi o máximo, tanto que quando a gente volta meu coração fica dilacerado porque criamos um vínculo afetivo com todas elas, isso é muito bacana. A equipe do Maranhão é maravilhosa, foi uma grande festa, uma celebração”, compartilhou Jô Santana.

Jô tem grandes expectativas para a estreia desse projeto que vem sendo conduzido há 5 anos, e que em menos de um mês poderá ser prestigiado por todos os admiradores do ícone musical que é Alcione.

“As expectativas são as melhores, né?! A gente vem com tudo, a gente tem bebido muito na fonte do Maranhão, então eu estou em uma emoção muito grande de contar a história de Alcione, esses 50 anos. E com o meu amigo, irmão, Miguel Falabella, texto e direção dele, está um luxo! Estamos conduzindo o espetáculo para o teatro, para ensaiar com luz, som, figurino e cenário, está chegando a hora de colocar esse filho no mundo e esse filho vem com muito amor, muito afeto para o povo brasileiro. Quero agradecer a Patrícia Villela Marino, que criou esse projeto de uma dimensão imensa, eu estou muito grato de fazer parte da família Humanitas360, ela que sonhou e colocou ele na avenida, a gente está só contribuindo nesse grande projeto que é a cooperativa social do Maranhão” finalizou Jô Santana.