Patrícia Villela Marino recebe Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro da Universidade Zumbi dos Palmares
A presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Villela Marino, recebeu no dia 13 de maio a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro, concedida anualmente pela Universidade Zumbi dos Palmares. O prêmio, em 2022, marca uma reflexão sobre os 134 anos de assinatura da Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no Brasil.
A Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro contempla personalidades que contribuíram para o empoderamento e melhoria da condição socioeconômica, cultural e educacional dos negros brasileiros, valorizando o respeito à diferença, a tolerância e igualdade de oportunidades.
“A gente faz essa revisitação porque aprendemos que houve uma liberdade dada, mas depois nós descobrimos que essa liberdade foi uma conquista, que começou com o primeiro negro que chegou nesse país. O primeiro ato desse negro foi de rebeldia. A pátria que até hoje tentamos construir se iniciou pelos negros nos quilombos”, afirmou na cerimônia o reitor José Vicente.
Também homenageada com a Medalha do Mérito Cívico Afro-brasileiro, Inês Coimbra, procuradora-geral do Estado de São Paulo, lembrou: “Cada um de nós deve usar a sua escala para mudar um sistema de exclusão, e transformá-lo num sistema de inclusão. Eu sou a primeira procuradora-geral do Estado negra, mas certamente não a última”.
Em seu discurso, a presidente do Instituto Humanitas360 Patrícia Villela Marino lembrou da importância de se pensar na população carcerária – especialmente a feminina, que, refletindo a desigualdade da sociedade brasileira, é composta por uma maioria de mulheres pretas e pardas. “Uma das prioridades do H360 é trabalhar com essa população, promovendo a constituição de cooperativas sociais, para que possamos instigar nessas pessoas conhecimento, empreendedorismo e boas práticas empresariais no momento de maior dificuldade de suas vidas.”
A Universidade Zumbi dos Palmares, dirigida pelo reitor José Vicente, é a primeira instituição de ensino superior criada com foco na inclusão de estudantes negros no continente latinoamericano, com mais de 90% de seus alunos compostos por esse público. A premiação de Patrícia Villela Marino se deve ao trabalho que o Instituto Humanitas360 desenvolve em benefício das pessoas presas e egressas do sistema prisional brasileiro, que são negras em sua grande maioria. A proporção de negros no sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos diminuiu 19% nos últimos anos. Hoje, de cada três presos no país, dois são negros, como revela o 14º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Também foram agraciados com a mesma homenagem Aline Torres, Secretaria de Cultura; Carlos Gilberto Carlotti, Reitor da USP; Antonio Jose Meirelles, Reitor da Unicamp; Luciana Alves, Pró-Reitora da Unifesp Fernando Capez, Deputado Estadual; Eunice Prudente, Secretaria de Justiça; David Hodge, Cônsul Geral dos EUA em São Paulo e Adriana Alves, Coordenadora de Diversidade de Inclusão e Pertencimento da USP; Inês dos Santos Coimbra, Procuradora-Geral do Estado de São Paulo; a professora Sandra Miessa, viúva do fundador do Grupo Objetivo, João Carlos Di Genio; o desembargador Guaraci Campos Vianna; o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite; o vice-cônsul de Israel em São Paulo, Aviel Avraham; o presidente da Fundação Padre Anchieta, José Roberto Maluf; o presidente da Associação Brasileira dos Cursos de Formação e Aperfeiçoamento de Vigilantes, Ricardo Correa.