Presidente do H360 vai coordernar grupo de trabalho sobre a economia do Cânhamo no “Conselhão” da Presidência da República
O governo federal publicou no último dia 7 de março portaria criando um grupo de trabalho com o objetivo de fomentar a exploração comercial do Cânhamo no Brasil. Criado no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável, o “Conselhão” da Presidência da República, o grupo de trabalho será coordenado pela advogada Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e integrante do “Conselhão”.
A iniciativa nasce na esteira da decisão do Superior Tribunal de Justiça que autorizou a importação de sementes e o cultivo de Cânhamo industrial no Brasil. O Cânhamo é uma variedade da família da Cannabis com baixo teor de THC (tetrahidrocanabinol), o princípio ativo da planta com propriedades psicotrópicas. Além de possuir uma ampla versatilidade, podendo ser aplicado desde a indústria têxtil até a construção civil e a produção de alimentos, o Cânhamo também é regenerativo para o solo, promovendo a sustentabilidade.
Segundo Patrícia Villela Marino, o grupo de trabalho é importante porque “materializa o capitalismo responsável da produção inclusiva com competitividade mundial e tecnologia brasileira”. A portaria foi assinada pelo ex-ministro da SRI (Secretaria de Relações Institucionais) Alexandre Padilha, como um de seus últimos atos na pasta, antes de tomar posse como novo titular do Ministério da Saúde na segunda-feira, dia 10. O plano de trabalho será desenvolvido por Patrícia nas próximas semanas, em conjunto com a equipe da nova ministra da SRI, Gleisi Hoffmann, que acaba de assumir o comando da pasta.
Completando dez anos de atuação sob comando de Patrícia Villela Marino, o Instituto Humanitas360 também estará presente na Bienal de Arquitetura de Veneza, que abre em maio próximo, com uma instalação feita em Cânhamo. O espaço vai mostrar aplicações inovadoras deste material na arquitetura, bem como sua longa história a serviço da humanidade. Descobertas arqueológicas datadas de mais de seis mil anos atrás mostram que os antigos povos Jomon do Japão já usavam o Cânhamo como matéria prima para tendas, cordas e tecidos. O próprio prédio da Bienal de Arquitetura de Veneza, com mais de 300 metros de comprimento, foi projetado no século 15 especialmente para que ali fossem trançadas as longas cordas de Cânhamo utilizadas nos navios da Sereníssima República de Veneza, no auge do seu poderio naval.
O Instituto H360 tem sede no prédio do CIVI-CO, um negócio social que, além de abrigar uma comunidade de dezenas de ONGs e negócios de impacto, tem sido palco de vários eventos sobre o Cânhamo industrial e a Cannabis medicinal, como o Cannabis Thinking. No mesmo espaço funciona também o Instituto Ficus, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com incidência política para destravar a economia do Cânhamo e da Cannabis medicinal no Brasil. Outro negócio social abrigado no CIVI-CO é Tereza, uma empresa 100% formada por mulheres egressas do sistema prisional, que desenvolve produtos têxteis de alta qualidade e design diferenciado, e está preparando o lançamento de uma coleção baseada no Cânhamo.
Todas essas ONGs e negócios sociais recebem apoio financeiro do PDR Fundo Filantrópico, um fundo patrimonial criado por Patrícia, seu marido Ricardo e seu filho Daniel Villela Marino para promover causas de interesse público, em benefício da sociedade, através da gestão de fundo patrimonial e destinação de recursos a instituições apoiadas, nos termos da Lei 13.800/19.