Primeira mulher indígena é aceita em doutorado na Colômbia graças ao apoio do H360

Primeira mulher indígena é aceita em doutorado na Colômbia graças ao apoio do H360

A primeira mulher indígena a ser aceita como estudante de doutorado na mais prestigiosa universidade da Colômbia começou a frequentar as aulas recentemente, graças ao apoio do Instituto Humanitas360. Desde o dia 8 de agosto, Alejandra Izquierdo, indígena da etnia Arhuaca, está cursando o doutorado em Estudos Interdisciplinares de Desenvolvimento na Universidad de los Andes, em Bogotá. A instituição é considerada uma das 5 melhores da América Latina.

“Nessa Universidade estudam os filhos dos principais empresários e políticos da Colômbia. Enfrentei uma seleção acadêmica rigorosa, na qual havia outros 17 candidatos. Mas apesar de ter sido aprovada em todos os exames, eu ainda precisava provar que teria os recursos financeiros para frequentar o curso. E isso só foi possível graças ao apoio do Humanitas360”, diz a jovem líder indígena.

 A iniciativa do H360 é uma aposta na formação dos futuros líderes da Colômbia, e por extensão, de toda a América Latina. Apesar de jovem, Alejandra Izquierdo, 29, construiu uma carreira sólida como líder comunitária, ativista, articuladora política e pesquisadora acadêmica. Ela tornou-se nacionalmente conhecida como líder estudantil durante o processo de pacificação da Colômbia, conquistando o posto de porta-voz da juventude indígena frente ao Governo Federal. O histórico acordo, assinado entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo em setembro de 2016, tornou-se símbolo de esperança para a democracia mais antiga do nosso continente americano.

Vem dessa época o relacionamento com a presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Villela Marino. “Nos conhecemos em um evento intitulado ‘Mulheres que Trabalham pelo Mundo’, no qual eu era a mais nova palestrante. Desde então, ela tem sido minha mentora e inspiradora constante. Já a recebi em visitas às escolas de nossas comunidades na Colômbia, e ela me levou a participar de um painel na Bienal das Américas em Denver, nos EUA. Patrícia é uma inspiração constante por sua humildade e seu trabalho social incansável”, afirma Izquierdo.

Dois anos depois da assinatura do acordo de paz na Colômbia, Alejandra conseguiu o diploma de Engenheira Industrial pela Universidade de Santander em Valledupar, na Colômbia. Seus estudos de pós-graduação incluíram diferentes títulos, com mestrados em Gestão Pública e Governamental, Gestão de Projetos e Auditoria de Serviços de Saúde. Paralelamente, liderava processos de empoderamento de mulheres jovens das comunidades indígenas, estimulando sua participação na gestão de suas próprias comunidades com foco em educação, saúde, proteção para fauna e flora em seus territórios. 

Hoje, Alejandra Izquierdo, que é mãe de 3 filhos, dirige a Fundação Alma y Huella, onde desenha e implementa modelos de intervenção comunitária para o empoderamento das mulheres indígenas Arhuacas através do cultivo do café, entre outras ações. Paralelamente, vem ocupando diferentes posições em governos municipais e provinciais. No momento atua para o Ministério do Interior na Direção de Assuntos Étnicos e Minoritários, trabalhando não apenas em favor dos indígenas, mas também de ciganos e outras minorias da Colômbia.