H360 participa de debate no 13o Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
O massacre do dia 27 de julho, que causou a morte de 62 detentos em um presídio do Pará, no norte do Brasil, trouxe novamente para as manchetes o debate sobre a crise do sistema prisional do país. Nessa mesma semana, o Instituto Humanitas360 participou de mesa redonda sobre o tema o tema “Desafios da Gestão do Sistema Penitenciário Brasileiro” no 13o Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que aconteceu em João Pessoa, no estado da Paraíba.
O debate reuniu Luís Flávio Sapori, ex-Secretário Adjunto de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas, Renata Neder, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião do Rio de Janeiro, especializada em justiça criminal e audiências de custódia, e Ricardo Anderáos, Vice Presidente de Operações do Humanitas360. A mediação ficou a cargo do professor Nelson Gomes de Sant’Ana e Silva Junior, da Universidade Federal da Paraíba, outro especialista no tema.
Renata Neder fez uma exposição abrangente sobre a questão prisional, vista como um dos componentes do sistema de justiça criminal. Destacou a política de encarceramento em massa, vigente há anos no Brasil, como principal responsável não apenas pelos recentes massacres, como outro que ocorreu no último mês de maio na cidade de Manaus, deixando 55 mortos, mas também pelo crescimento do poderio das facções criminosas no país. Luís Flávio Sapori falou sobre a reincidência criminal como um indicador chave para melhor entendimento da crise, vista por ele como ferramenta essencial para melhoria da gestão do sistema prisional brasileiro. Destacou ainda a falta de estatísticas confiáveis como obstáculo para a implementação de políticas públicas do setor, e apresentou os diferentes conceitos e formas de medir a reincidência em vários países do mundo. Finalmente, apresentou metodologia inédita desenvolvida pela PUC MG em pesquisa sobre reincidência criminal.
Ricardo Anderáos, do H360, focou no papel do trabalho como elemento essencial tanto para a ressocialização dos detentos quanto para a melhoria da segurança dentro dos presídios. Apresentando as experiências de empreendedorismo desenvolvidas e apoiadas pelo Instituto Humanitas360 nas cidades de Tremembé em São Paulo, e Ananindeua no Pará, destacou o incrível indicador de 0% de reincidência criminal das ex-detentas que passaram pela pioneira cooperativa Coostafe. Para ele, isso prova de que o projeto piloto “Empreendedorismo Atrás e Além das Grades” tem potencial de contribuir de maneira decisiva no desenvolvimento de políticas públicas que podem aprimorar a gestão do sistema prisional e contribuir para a diminuição da violência no país.
As apresentações foram seguidas de debate com a platéia. O Secretário Executivo da Administração Penitenciária da Paraíba, João Paulo Ferreira Barros, presente no auditório, manifestou interesse em parceria com o Humanitas360. Ele afirmou que a abordagem cooperativista pode aprimorar o modelo de negócio do projeto “Castelo de Bonecas”, desenvolvido no Centro de Reeducação Feminina do Complexo Prisional Mangabeira, na capital João Pessoa. A diretora dessa unidade prisional, Cintia Almeida, deu detalhes sobre o projeto desse presídio que é modelo de gestão no estado. Ao final, presenteou o H360 com uma das bonecas de pano que podem ser adquiridas via a página do Instagram