Debate sobre papéis de gênero na igreja evangélica reuniu teólogos e pastores no CIVI-CO
No dia 8 de agosto, o auditório do CIVI-CO, em São Paulo, recebeu teólogos e pastores evangélicos para responder à pergunta-tema da terceira edição de “Conversas Difíceis”: “Mulheres e homens têm papéis diferentes na igreja evangélica hoje?” Com mediação do antropólogo Juliano Spyer, o debate contou com o ponto de vista de três convidados.
A teóloga e pastora da Igreja Anglicana Porto, Cynthia Muniz, defendeu uma abordagem igualitarista, argumentando que as diferenças entre homens e mulheres não devem criar hierarquias e apresentando evidências históricas de liderança feminina desde o Novo Testamento. Já o teólogo e pregador presbiteriano Victor Fontana, da Comunidade da Vila, reconheceu a complexidade do tema e a necessidade de um “arsenal objetivo e científico” contra “antivaxxers da teologia”, que sustentam privilégios masculinos. Karen Colares, teóloga feminista e pastora da Comunidade Cristã Êxodo, argumentou que o fundamentalismo brasileiro sustenta estruturas patriarcais que alienam as mulheres, defendendo a necessidade de desconstruir leituras fundamentalistas sem abandonar o texto bíblico, no qual encontra o “ímpeto para a liberdade”.
Criada pelo Instituto Humanitas360 em parceria com CIVI-CO e Juliano Spyer, a série “Conversas Difíceis” teve início em maio com a palestra “2020: A Década dos Evangélicos”, de Spyer, e continou em junho com a exibição da série “Crentes – Além dos Muros”, do canal Globonews. Ambos os eventos contaram com a presidente do H360 e cofundadora do CIVI-CO, Patrícia Villela Marino, como anfitriã. Acompanhado o terceiro debate pela transmissão no YouTube, ela escreveu: “Que lindo ouvir os ajustes de rota feitos por Jesus à religião. Jesus levou a mulher para um lugar de respeito que constituiu um tremendo ajuste de rota para a cristandade.”
Veja como foi o debate: